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Em Uprising, de Hofesh Shechter, sete homens emergem das sombras para preencher o palco com uma energia furiosa, criando laços e lutando, fazendo as pazes e desentendendo-se novamente. São impulsionados por uma força que parece levá-los cada vez mais longe, antes de desaparecerem na escuridão. Eis uma peça altamente contagiante e enérgica, que inclui uma partitura de percussão pulsante, escrita pelo próprio criador. Estreada em 2006, esta obra integra agora o reportório da CNB, sendo assinada por um dos mais vibrantes coreógrafos da actualidade.
A segunda peça deste programa, Triple Bill, consiste numa nova criação de Vasco Wellenkamp. Considerado uma figura destacada da dança portuguesa contemporânea, Wellenkamp tem levado a cabo vários projectos que contribuíram para o desenvolvimento desta arte de palco, destacando-se a criação da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo e a direcção artística da CNB, entre 2007 e 2010. O seu legado artístico é ímpar: a sua criatividade vive num estado de ebulição permanente.
A noite termina com Minus 16, que tem uma partitura musical marcadamente eclética — de Dean Martin ao mambo, e do techno à música tradicional israelita. Nesta obra, Ohad Naharin recorre à improvisação e ao seu aclamado método ‘Gaga’, que se baseia na compreensão e pesquisa do movimento através da conexão entre corpo e mente. Naharin partiu de peças anteriores para desenvolver uma nova obra, levando a cabo um trabalho de reorganização que lhe permitiu encarar as suas criações de diferentes ângulos, mantendo uma coerência estilística. Confirma-se a sua tendência para, no final, pôr o público a dançar.